sábado, 1 de maio de 2010


                     Antônio Adriano de Medeiros

                 “Noblesse oblige”

                 “We make her paint her face and dance”


Abel: há o Belo.
Nobel: não há o Belo?

Não. Com um senão.
Há um sinal nesse “Não”.
Porque há sim.
Assim: nem todos podem ver.

– Nem todos sabem ler, português!

No porto gays, discutem se ainda há homens, que desconhecem o inglês.

Há a graça.
Há o Belo.
Há o Nobre.

E há homens em todas as Línguas.

Porque houve Alfred, Sartre, Gandhi e Lennon.
Todos foram grandes homens.

Alfred Nobel nos deu a dinamite.
E o Prêmio Nobel.
No belo gesto de Nobel, havia esperança e gratidão aos grandes homens.
À velha nobreza humana que nenhuma revolução conseguiu destruir.

Jean-Paul Sartre recusou o Nobel.
Não gostava de distinções oficiais, mas nem por isso deixou de ser um grande homem, nem diminuiu o valor do Prêmio Nobel.
Talvez o tenha até valorizado mais com seu gesto.
Não queria ser um “escritor burguês”.

Mas Sartre era rico.
E o Tempo foi satírico com os radicais e suas revoluções.
Mostrou que o a Nobreza e a Burguesia não podem e nem devem ser destruídas, mas ao contrário:- deve-se lutar para que cada vez mais pessoas
sejam capazes de gestos nobres e possam levar uma vida burguesa.

E o Tempo nos deu ainda Gandhi e Chapman.

Mohandas Gandhi foi um revolucionário.
Da Paz.
Ele disse: “Há razões pelas quais posso morrer,
                  mas nenhuma que me possa fazer matar.”

Indicado cinco vezes para o Nobel da Paz, foi preterido.
Depois a própria Comissão do Prêmio reconheceu seu erro.
Gandhi foi maior que o Prêmio Nobel

Mark Chapman matou um homem.
Disse que porque ele era “um falso” e havia se comparado a Jesus.

A Igreja Católica incluiu em seu Índex as obras de Sartre:- elas oficialmente são proibidas aos católicos.

Mas o Tempo veio nos mostrar que não é de bom tom proibir as pessoas de ler. Nem queimar livros. Nem gente.

E o Tempo nos mostrou também que entre os religiosos há grandes como Gandhi e macacos chapados como Mark Chapman.
Porque há macacos chapados pelo fanatismo e pela falsa moral.

Gandhi entrou para a História.
Chapman, para a Escória.

John Lennon escrevia, cantava e tocava guitarra.
Foi ele que lembrou que além dos grandes homens há as grandes mulheres, as quais, não importando quão grande sejam nós a fazemos pintar o rosto e dançar.

Merecia algum prêmio, John Lennon.
Mas não teve tempo.
                     Antônio Adriano de Medeiros




*Antônio Adriano de Medeiros nasceu em Santa Luzia, na Paraíba. É médico, formado em João Pessoa, com especialização em Psiquiatria, no Rio de Janeiro. Publicou o "Soneto Para O Diabo", na revista holandesa Sur, em 1995; os "7 Sonetos de Um Amor Muito Safado", na Antologia Eros, Ed. Poesia Diária, 1999, participou de três Antologias de Escritas:-1, 2 , e 4.
Publicou em 2000 o livro "Zoológico Fantástico", Ed. Papel Virtual, revisado e no prelo para nova edição.

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